Clean Beauty: saiba o que é e como influencia no consumo consciente / by Camile Maes

Não é de hoje que as pessoas tem procurado adquirir hábitos de consumo consciente, desde ler os rótulos dos alimentos que comemos até se atentar ao que passamos na pele e ao que entra em contato com o nosso organismo também através de cabelos e unhas. Os consumidores passaram a questionar e levar mais a sério os componentes presentes em seus produtos de cuidados pessoais e de beleza, e ao observar esse comportamento, a indústria da beleza começou também a investir formulações menos tóxicas e mais transparentes. Foi então que surgiu o termo “Clean Beauty” ou beleza limpa, que não se trata de produtos veganos, naturais ou orgânicos, mas sim designa os cosméticos com ingredientes não-tóxicos e comprovadamente seguros.

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Clean Beauty

O movimento da beleza limpa é diferente de outros modos de consumo como os de beleza natural e verde (que levam em conta questões como cruelty free, o teste em animais, ou uso de componentes orgânicos). O “Clean Beauty” surgiu pela própria prática de mercado para dar nome aos produtos que não se adequavam aos outros termos, mas que mesmo assim é ideia anda próxima, pois os produtos estão alinhados com aquilo que o consumo consciente de beleza propõe.

O termo “Clean Beauty” vai além da compra de um produto que se encaixa ao nicho, diz muito a respeito das atitudes e influencia a repensar todo o nosso consumo. Trata-se de ter responsabilidade e atitudes sustentáveis com a rotina de beleza tanto quanto as marcas e empresas precisam ter sobre os produtos e fórmulas. Ter atitudes como utilizar o produto até o fim, o descarte correto, ver se tem a possibilidade de reutilizar ou prolongar a vida da embalagem, entre outros.

Geralmente as empresas/marcas também levam em consideração valores de sustentabilidade, embalagens renováveis e questões para minimizar os impactos sobre o meio ambiente. Produtos desta indústria possuem maior consciência com relação à nossa saúde, o ambiente e o bem-estar geral.

Infelizmente empresas/marcas que mais se preocupam com esses valores ainda não são as mais acessíveis.

Marcas ligadas ao Clean Beauty: Organela, Simple Organic, Bioart, Cativa Natureza, Biossance, Drunk Elephant, Caudalie, entre outras.

No rótulo “Clean Beauty”

Para ser considerado Clean Beauty o produto precisa ser livre de ingredientes suspeitos, que não se sabe o impacto que terão na saúde humana a longo prazo – seja por ingestão, aplicação, contaminação cruzada ou por ter um potencial poluente depois do descarte. Os produtos limpos podem possuir ingredientes orgânicos, porém isso não é regra. Um produto limpo não necessariamente é orgânico, existem muitos componentes artificiais seguros. Aliás não é porque o ingrediente é natural ou orgânico que ele é seguro, e o produto pode não ser considerado limpo. A ideia do movimento é eliminar o máximo de toxinas possíveis das suas fórmulas e durante o seu processo, é isso que caracteriza os produtos de categoria Clean Beauty.

As marcas de beleza limpa precisam ser transparentes sobre todos os ingredientes de seus produtos e os definem claramente em seus rótulos, no entanto ainda é fácil ocultar componentes usando termos mais genéricos.

Para se enquadrar na categoria, o produto não deve ter componentes que possam oferecer riscos à pele e a saúde, provocar irritações, alterações cutâneas, hormonais e câncer. Os principais componentes que não podem ser usados são os parabenos, ftalatos e sulfatos, fragrâncias sintéticas e corantes artificiais.

Outros componentes, como “mineral oil”, “petrolatum”, “paraffinum liquidum”, significam que o produto tem derivados de petróleo. Verifique também a presença de nomes como “sodium laureth sulfate” ou “sodium lauryl sulfate”. No quesito conservantes, você pode procurar por componentes que como “methylisothiazolinone”, “quaternium-15” ou “imidazolidinyl urea”.

Como aderir ao movimento “Clean Beauty” e ao consumo consciente

Se o Clean Beauty é algo que você se identifica e tem vontade de mudar certos hábitos de consumo, você pode partir tendo algumas atitudes básicas. Para começar, antes de comprar um novo produto, veja se não tem ainda outros que precisa terminar ou comece a pensar 2x antes de fazer a compra, pense se você tem necessidade de fato. Afinal, não adianta ter diversos produtos orgânicos, veganos e limpos se não usá-los realmente e ficar só adquirido novos e novos produtos.

Analise o que te move. Um dos primeiros passos é entender o que te leva a comprar um produto ou consumir um serviço. Reflita sua motivação, se você está comprando algo que precisa mesmo, se vale o investimento, se vai usar, etc.

Outra questão a levar em consideração é o bom e velho “menos é mais”. O consumo consciente diz muito sobre valer mais a pena investir em algo que possa ter um valor mais alto, porém de boa qualidade e bom rendimento, do que comprar vários produtos mais em conta e só alimentar os excessos.

E então, a partir do momento que você refletiu, avaliou a compra, viu que precisa ou simplesmente quer comprar, é o momento de olhar o rótulo. Pois, como falamos antes, os rótulos precisam conter as informações importantes sobre o produto e seus componentes. Observe também se o rótulo tem selo de certificadores.

O Clean Beauty entrou em pauta e ele funciona bem como um meio termo para quem quer mudar hábitos e consumir de forma consciente mas não tem o estilo de vida de quem é vegano e só consome produtos alinhados com o movimento. Pessoas de todos os estilos de vida podem aderir ao Clean Beauty ou adaptá-lo da maneira que lhe cabe. Basta cada um seguir seu próprio ritmo, sem julgamentos e cobranças. Mas sim, é necessário termos mais consciência na hora de comprar e consumir, a velocidade como que compramos, precisamos buscar ser mais sustentáveis e cuidadosos com aquilo que usamos, passamos na pele, ingerimos, etc. Quanto maior a redução de danos, melhor, né?