Nos últimos dias se falou muito sobre um acontecimento no Oscar desse ano, envolvendo Will Smith, Jada Smith, sua esposa, e Chris Rock. Chris fez um piada infeliz com a aparência de Jada, que raspou os cabelos devido à alopecia, condição que provoca a queda de cabelo ou de pelos de outras regiões do corpo.
Logo que uma pessoa, principalmente as mulheres que possuem mais cabelo, percebe muitos fios na escova, perda excessiva na hora de lavar os cabelos, cabelos no travesseiro, pelo banheiro, nas roupas, cabelo mais ralo, couro cabeludo mais exposto, entre outros sintomas, busca-se compreender o que pode estar acontecendo, e então encontra-se a alopecia como problema. A alopecia pode afetar homens e mulheres, podendo ter caráter transitório ou definitivo, assim como diferentes tipos, causas e graus.
Confira a seguir quais são esses tipos de queda de cabelo, o que pode causar e seus tratamentos.
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Ciclo de crescimento do cabelo
O ciclo de crescimento do cabelo dura em média de dois a oito anos e é marcado por três fases:
Anágena: quando ocorre o crescimento dos fios. Cerca de 80 a 86% dos cabelos se encontram nessa fase que pode ter duração de três a seis anos. Pessoas que sentem que o cabelo não cresce, tem essa fase mais curta do que outras.
Catágena: é a fase de transição ou repouso e dura em média de duas a três semanas. Nessa fase o cabelo para de crescer e eventualmente entra em preparação para cair.
Telógena: no final da etapa de repouso, o cabelo cai, se desprendendo do folículo, para que se dê início à um novo ciclo de crescimento e novos fios. O folículo se mantém inativo por em média três meses e então se inicia a fase anágena novamente. de 6% a 8% de todos os fios estão nesta fase.
Por que ocorre a queda de cabelo?
Como dito, a perda do cabelo é algo natural. Perdemos cerca de 50 a 100 fios por dia, mas como outros fios estão em fases diferentes de crescimento (anágena ou catágena), essa quantidade de queda passa despercebida. No entanto, quando o ciclo é interrompido ou o folículo é danificado, a perda de cabelo se torna mais óbvia. E é justamente essa queda anormal que deriva de diferentes causas.
Quais as causas e tipos de queda de cabelo?
As causas de alopecia podem variar, alguns fatores que podem ser associados são:
Genética/hereditariedade.
Fatores hormonais (principalmente hormônios masculinos).
Estresse.
Má alimentação, falta de nutrientes (ferro, proteínas, biotina, zinco).
Anemia (deficiência de Vitamina B12)
Oleosidade em excesso, podendo ou não estar relacionada a dermatite seborreica.
Menopausa.
Pós-parto.
Uso exagerado de produtos químicos de beleza que agridem o couro cabeludo.
Reações adversas por medicamentos ou certos tratamentos como quimioterapia, ou pós condições clínicas como cirurgias.
Doenças como Lúpus Eritematoso Sistêmico, hipo e hipertireoidismo, sífilis secundária, neoplasias.
Infecções causadas por bactérias ou fungos.
De acordo como as causas, a queda de cabelo pode ser classificada ainda por diferentes tipos:
Eflúvio Telógeno: normalmente ocorre de forma natural, no entanto quando desregulado por algum fator se torna uma condição anormal onde é possível perder de 300 a 500 fios por dia, resultando em perda de volume do cabelo. Fica notável também a rarefação dos cabelos, que deixa o couro cabeludo mais aparente. Um evento ou condição médica, como cirurgia, pós parto, desequilíbrios de tireoide, estresse, algum trauma, pode desencadear esse tipo de queda de cabelo.
Outra causa mais recente que tem sido relacionada a queda de cabelo é pós infecção por covid-19. Muitas pessoas relataram a perda excessiva de cabelo. Normalmente, a queda no eflúvio telógeno se dá de maneira difusa, por todo o couro cabeludo, sem afetar áreas específicas. Na maioria dos casos, resolvendo a causa desencadeante, a perda de cabelo para de ocorrer e o crescimento se normaliza em até 6 meses.
Alopecia Androgenética: também conhecida como calvície. Pode ser de origem genética ou por fatores hormonais, está especialmente relacionado à taxa de testosterona, por isso afeta mais os homens, que encolhe os folículos pilosos, levando à queda de cabelo. O problema fica mais evidente por volta do 40 e 50 anos. Os cabelos ficam mais ralos e o couro cabeludo se torna mais evidente e exposto. Nas mulheres, acomete mais a região central, já nos homens se apresenta mais no topo da cabeça e nas entradas.
Como a alopécia na mulheres está mais relacionada com o desequilíbrio e alteração hormonal (como menopausa, gravidez e pós parto) do que por causa genética, até o uso de anticoncepcional pode ser causadora da queda de cabelo mesmo em mulheres mais jovens.
Alopecia Areata: é considerada uma doença autoimune. As células ao redor do folículo capilar o atacam e impedem a produção de novos fios. Também associada a fatores genéticos e emocionais, como o estresse. É caracterizada por intensa perda em determinadas partes do couro cabeludo, aparecendo placas redondas, zonas expostas e bem evidentes, com ausência de cabelo. Também pode ocorrer nas sobrancelhas, cílios e barba.
Alopécia Traumática: causada pelo hábito de arrancar os fios de cabelo ou por traumatismos na cabeça.
Alopecia Seborreica: causada por uma dermatite,que pode ser inclusive tratada com medicamentos.
Alopécia Frontal Fibrosante: esse tipo de alopecia ocorre mais frequentemente e mulheres pós menopausa. Ocorre um padrão de recuo da linha do cabelo, região da testa onde se inicia cabelo.
Eflúvio anágeno: É a perda difusa de cabelo durante a fase de crescimento (anágena) devido a um gatilho (em geral quimioterápicos) que interfere na atividade mitótica do folículo piloso.
Diagnóstico e tratamentos
Inicialmente é necessário investigar as causas da queda de cabelo e classificar o tipo de alopecia para então alinhar o tratamento mais adequado, que em geral deve interromper ou retardar o processo que elimina os folículos pilosos. O diagnóstico é feito clinicamente e requer análise minuciosa do couro cabeludo com aparelhos microscópicos específicos, avaliação do histórico, hábitos do paciente, exames de sangue, entre outros. Mesmo em casos em que a queda de cabelo é permanente, como condições hereditárias, existem formas de diminuir a queda e melhorar o aspecto geral, saúde dos fios, etc.
Em se tratando de reparos dos aspectos estéticos, existem tratamentos como intradermoterapia (aplicação direta de ativos e vitaminas no couro cabeludo), microagulhamento ou carboxiterapia, associando com uso de produtos home-care e via oral para potencializar o tratamento. Para casos irreversíveis e com indicação adequada, pode ser necessário então o implante ou transplante capilar.
Para suprir falta nutricionais, a suplementação e adequação da alimentação são indicadas. Certos tipos de alopecia necessitam de medicamentos, via oral ou de uso tópico como o minoxidil, finasterida, biotina, entre outros, para diminuir a queda e aumentar o crescimento capilar. Outros casos necessitam tratamento com antibióticos.
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